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Sapo-de-unha-negra

NOME CIENTÍFICO

Pelobates cultripes

DIMENSÕES

Geralmente entre 8 e 11 centímetros.

HABITAT

Este sapo é característico de zonas arenosas e zonas de charneca, embora possa aparecer também em outros habitats como zonas de alta montanha, especialmente em locais abertos, com solos pouco compactados. Durante a reprodução, utiliza preferencialmente charcos temporários, mas de grande profundidade.

COMPORTAMENTO

Nas partes setentrionais da sua distribuição, ocorre uma curta hibernação, enquanto no sul presume-se que haja estivação. A reprodução ocorre de outubro a maio, dependendo da latitude e altitude. Durante a reprodução, os machos chegam primeiro aos locais de desova em noites húmidas, enquanto as fêmeas aparecem mais tarde. O período de reprodução pode durar um mês ou apenas alguns dias, dependendo das chuvas. Durante esse período, a espécie pode se tornar parcialmente diurna.

CICLO DE VIDA

Os machos seguram as fêmeas pela cintura (amplexus inguinal) e estas depositam até 7000 ovos em longas faixas gelatinosas que podem medir até 100 cm de comprimento. Os ovos são colocados entre a vegetação aquática ou no fundo dos charcos e eclodem após cerca de duas semanas. O desenvolvimento das larvas dura entre 4 e 6 meses, mas muitas morrem devido à predação ou ao ressecamento do habitat antes da metamorfose. Os juvenis medem entre 2 e 3,5 cm ao completarem a transformação e levam aproximadamente 3 anos para atingir a maturidade. Esta espécie pode viver até 15 anos.

ALIMENTAÇÃO

Escaravelhos, moscas, minhocas e larvas de insetos. 
As larvas são essencialmente herbívoras e detritívoras.

DISTRIBUIÇÃO

Península Ibérica e no sul da França

ESTATUTO DE CONSERVAÇÃO

Portugal: LC – Pouco Preocupante
Espanha: LC – Pouco Preocupante
Global: VU – Vulneravel

Descrição

Este sapo, possui pele lisa, corpo robusto e olhos muito grandes e proeminentes, com pupilas verticais e íris prateada ou escura. Sua cabeça é larga e o crânio endurecido. Diferentemente de muitos outros anuros, o tímpano não é visível. A coloração varia bastante, indo do branco ao amarelo, geralmente com padrões marmorizados de manchas escuras. O ventre é sempre esbranquiçado e quase sem manchas.

Uma característica marcante da espécie é a presença de um tubérculo metatarsiano hipertrofiado nas patas traseiras, que funciona como uma espécie de “unha” negra e endurecida, utilizada para cavar no solo.

As larvas são as maiores entre os anuros da Península Ibérica, podendo atingir 12 cm de comprimento. Possuem corpo robusto, cauda pontiaguda e de crista alta, espiráculo dorsal e olhos bem separados. O seu bico córneo é altamente desenvolvido.

Curiosidades

  • A espécie tem hábitos noturnos e restringe sua atividade a noites húmidas ou chuvosas. Durante o restante do tempo, permanece enterrada a até 20 cm de profundidade, utilizando seus esporões para cavar rapidamente na terra. 
  • Quando ameaçado, emite um som semelhante ao miado de um gato para tentar dissuadir predadores.
  • Machos produzem um canto profundo e rápido semelhante ao cacarejo de uma galinha (“co-co-co”), geralmente emitido debaixo d’água. As fêmeas também podem vocalizar ocasionalmente.