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Iberica

NOME CIENTÍFICO

Rana iberica

DIMENSÕES

Pode atingir cerca de 7 cm de comprimento, embora o seu tamanho mais comum seja de 5 cm.

HABITAT

Habita cursos de água,  preferindo regiões montanhosas, junto a ribeiros de água límpida, ricos em vegetação ripícola e com substrato rochoso.

Também pode ser encontrado em charcos, prados húmidos e zonas alagadiças, sobretudo quando rodeados por densa vegetação. A sua presença está geralmente associada a habitats com influência atlântica.

CICLO DE VIDA

Na Galiza e nas zonas baixas de Portugal, a reprodução ocorre de novembro a março, enquanto em áreas montanhosas acontece entre março e maio. O amplexo, no qual o macho se agarra às costas da fêmea, ocorre na água. Os ovos são depositados em pequenos aglomerados envoltos por uma camada gelatinosa e fixados em plantas aquáticas ou sob pedras submersas. Após a eclosão, os girinos alimentam-se de matéria vegetal e levam cerca de três meses para sofrer metamorfose, tornando-se juvenis com aproximadamente 1,3 cm de comprimento. Os machos atingem a maturidade quando chegam a cerca de 3 cm de comprimento, enquanto as fêmeas crescem um pouco mais antes de se tornarem adultas.

ALIMENTAÇÃO

Os adultos alimentam-se essencialmente fora de água ou à superfície, consumindo principalmente presas terrestres, mas podendo capturar também algumas presas aquáticas. Alimentam-se de insectos, aranhas, minhocas, crustáceos, moluscos e mesmo pequenos peixes e anfíbios, incluindo juvenis da própria espécie. as larvas são herbívoras e detritívoras.

DISTRIBUIÇÃO

Espécie endémica da Península Ibérica. Em Portugal distribui-se de forma praticamente contínua a norte do rio Tejo, estando ausente ao longo de uma extensa faixa fronteiriça no nordeste do país. Encontra-se dispersa na faixa litoral a sul de Espinho. A sul do rio Tejo, ocorre apenas na Serra de São Mamede. Em território nacional, ocorre desde o nível do mar até aos 1900 m (Serra da Estrela).

ESTATUTO DE CONSERVAÇÃO

Portugal: LC (Pouco Preocupante)
Espanha: VU (Vulneravel)
Global: VU (Vulneravel)

Descrição

Uma das características mais marcantes desta espécie é a presença de uma faixa escura que se estende das narinas, atravessando os olhos salientes, e é delimitada inferiormente por uma estreita banda esbranquiçada que se prolonga do olho até à boca. A pupila tem formato elíptico e disposição horizontal, enquanto os tímpanos, de pequenas dimensões, são pouco visíveis. A pele, predominantemente castanho-avermelhada, pode ser lisa ou ligeiramente rugosa na região dorsal, onde são comuns marcas escuras ou claras e um característico “V” negro na zona posterior. Os membros traseiros são alongados e apresentam riscas transversais mais escuras.

A face ventral é mais pálida, exibindo tonalidades esbranquiçadas ou avermelhadas. As fêmeas distinguem-se por serem de maior porte em comparação com os machos. Os girinos podem alcançar os 50 mm de comprimento e possuem uma barbatana dorsal bem desenvolvida. A coloração dorsal é castanho-avermelhada, frequentemente com reflexos dourados, enquanto a zona ventral é acinzentada e semitranslúcida.

Curiosidades

O macho não possui sacos vocais. Esta rã tem um chamado distinto, que geralmente ocorre à noite. Soa como ‘rao-rao-rao’ e é emitido a uma velocidade de cerca de três chamados por segundo.