Entende-se por adoção a escolha e utilização de um charco existente em terreno público ou privado com o compromisso de, durante o período de participação no projeto, contribuir ativamente para o seu estudo, caracterização, gestão e divulgação.
A adoção deve ser efetuada após a entidade aderente ter já realizado a inscrição na Campanha através do formulário de inscrição online.
A entidade aderente pode adotar um charco ou outra massa de água que já exista ou venha a construir na sua propriedade ou nas suas redondezas. Neste caso, a localização destes charcos deve ser inserida previamente na Secção Inventário de Charcos e, só depois de receberem o respetivo código individual de identificação, poderão submeter a adoção do charco através do preenchimento do formulário de adoção. O site da Campanha irá também disponibilizar a informação já disponível sobre a localização de charcos em Portugal para ajudar neste processo de seleção de charcos para adoção.
Contudo, embora não seja um passo obrigatório, recomendamos que cada grupo faça um pequeno inventário de pontos de água (charcos, lagoas, tanques, poços, etc.) na sua região, na proximidade da escola e nas áreas residenciais dos alunos, nos parques e jardins, etc., de forma a recolher informação valiosa para a seleção dos locais mais apropriados à realização das atividades e contribuir para o inventário e localização destes importantes habitats. A descoberta das massas de água pode ser efetuada na sala de aula por pesquisa das imagens de satélite na plataforma Google Earth, por recolha de informação dos alunos e participantes através de inquéritos a familiares, funcionários, vizinhos, agricultores e habitantes da região, ou por saídas de campo a áreas próximas. As massas de água descobertas devem ser localizadas através de GPS ou no Google Earth (ver instruções na ficha de atividade Inventário de Charcos), devendo-se enviar as suas coordenadas geográficas e tipologia através do formulário de inventário online disponível na Secção Inventário de Charcos. Idealmente, todos os locais deveriam ser visitados, fotografados e realizada uma breve análise sobre a sua biodiversidade e estado de conservação. Após o envio dos dados de localização dos charcos, a entidade aderente recebe a confirmação da sua receção pelo CIIMAR e a atribuição de um código individual a cada massa de água, que deverá depois utilizar sempre para o identificar.
Este inventário é importante por vários motivos:
• Ajudará na seleção dos charcos a adotar.
• Permitirá avaliar e compreender a diversidade e estado de conservação dos pontos de água da região e dos organismos a eles associados. No caso das escolas, permitirá aos alunos fazer uma mais fácil ligação entre os conhecimentos adquiridos durante a participação na campanha e a sua aplicação à realidade próxima, não se limitando a conhecer o charco criado/adotado, mas também descobrir e estabelecer pontos de comparação com bons e maus exemplos de gestão.
• Contribuirá para a elaboração de um inventário nacional de pequenas massas de água (principalmente charcos) importantes para a biodiversidade aquática, permitindo estabelecer um ponto de referência para se avaliar a evolução temporal destes habitats na região e no país.
No caso de a entidade aderente pretender adotar um charco identificado durante a atividade de inventário ou assinalado no mapa de charcos disponível no site, seria conveniente a realização de uma visita prévia aos locais mais próximos, de forma a ajudar na seleção do charco mais adequado. Durante esta visita aconselha-se o preenchimento uma ficha de caracterização para cada charco. No caso de algum dos charcos se encontrar em terreno privado, sempre que possível, deverá ser contactado o proprietário para lhe entregar um folheto de apresentação do projeto e da importância dos charcos (a enviar pelo CIIMAR pelo correio) e realizar um pequeno inquérito. A adoção de um charco em terreno privado implica o preenchimento de uma declaração de autorização do proprietário.
Os dados preenchidos nas fichas de caracterização deverão ser submetidos através do formulário de caracterização do charco.
A escolha do charco a adotar deverá ser feita de acordo com os seguintes critérios:
Proximidade da escola – A seleção de charcos dentro ou na proximidade da escola permitirá um acompanhamento mais fácil e uma visitação mais frequente.
Facilidade de acesso – O charco a adotar deverá ter um acesso fácil, nomeadamente com caminhos até ao local, margens suaves e não colmatadas por vegetação.
Segurança – O charco a adotar não deverá apresentar riscos para o grupo que o adota, devendo-se evitar charcos profundos, com margens abruptas ou águas contaminadas.
Tamanho – O ideal será escolher um charco de tamanho pequeno a médio (entre 5 e 15m2), de forma a facilitar a sua gestão e monitorização.
Proximidade de áreas naturais – Sempre que possível, os charcos adotados devem estar em locais circundados ou próximos de áreas naturais, de forma a suportar a manutenção de uma comunidade biológica diversificada e a aumentar a sua conectividade e colonização natural.
Valores culturais e naturais – Charcos com maior biodiversidade ou que possuam importantes valores culturais e naturais (e.g. espécies raras) deverão ter prioridade na adoção.
Necessidade de intervenção – A adoção de massas de água que evidenciem sinais de degradação em curso, mas que demonstrem ainda uma fauna ou flora diversificada e potencial para serem recuperados (e.g. um charco que está a começar a ser invadido por espécies exóticas, um tanque que provoca o afogamento de muitos animais por falta de uma rampa de acesso, etc.), permite contribuir de forma ativa na recuperação e conservação destes habitats.
Após escolha do charco a adotar, o grupo inscrito deverá preencher o formulário de adoção online, anexando sempre que possível, o questionário realizado e as fotografias do charco.
Após escolha do charco a adotar, o grupo inscrito deverá preencher o formulário de adoção online, anexando sempre que possível, o questionário realizado e as fotografias do charco.
De acordo com o Regulamento, ao adotar um charco, o grupo compromete-se a:
• Desenvolver uma ou mais atividades propostas no site da campanha (no caso das escolas aconselha-se o número mínimo de duas), como a recolha de informação sobre a localização e caracterização de charcos e outras pequenas massas de água da região, inquéritos a proprietários, atividades de observação e identificação da biodiversidade, seguimento do ciclo de vida de espécies aquáticas, experiências laboratoriais sobre o efeito de poluentes domésticos na biodiversidade, etc.
• Contribuir ativamente para a gestão e conservação do charco adotado, através por exemplo da sensibilização do seu proprietário, limpeza de lixos, remoção de vegetação exótica ou invasora, colocação de sinalética, etc.
• Não libertar nos charcos adotados, construídos ou visitados, espécies não nativas da nossa fauna e flora. Neste sentido, lembra-se que a libertação de espécies consideradas invasoras, em especial tartaruga-da-Flórida, lagostim-vermelho-do-Lousiana, pimpão e outros peixes exóticos, erva-pinheirinha e jacinto-de-água, além de muito prejudicial para a biodiversidade aquática autóctone, é totalmente proibida por lei (Decreto-Lei nº 565/99 de 21 de Dezembro). No caso da entidade aderente pretender utilizar um local onde já ocorrem espécies invasoras, deverá comprometer-se a tentar retirar estas espécies e encaminhá-las para entidades competentes pela sua receção (contactar o ICNF ou a coordenação da Campanha, no caso de dúvidas). Caso tal seja de todo inviável, a entidade deverá então, como mínimo, comprometer-se realizar uma atividade de comparação da biodiversidade deste local com outra massa de água semelhante livre de espécies invasoras.
• Realizar, sempre que possível, atividades de divulgação nas escolas ou comunidades locais, tais como apresentações públicas, exposições, publicação de trabalhos dos alunos, posters e folhetos, artigos nos jornais da escola, blogs, sites, etc.
• Manter o proprietário do charco informado sobre as atividades realizadas e obter o seu consentimento e envolvimento nas decisões e ações necessárias para a sua gestão.
• Disponibilizar ao CIIMAR toda a informação recolhida sobre as atividades de exploração e divulgação dos charcos, sempre que possível devidamente acompanhadas com imagens ilustrativas. A localização do charco adotado deve ser introduzida na Secção Inventário de Charcos e os dados recolhidos de caracterização ou inventário biológico das massas de água devem ser fornecidos através do preenchimento dos formulários online disponíveis para o efeito na Secção Atividades.